Sistemas Integrados Impulsionam Produção de Grãos e Estoques de Carbono no Solo do Matopiba
Pesquisa da Embrapa mostra que sistemas integrados, como ILP e ILPF, aumentam a produtividade de grãos e dobram o estoque de carbono no solo no Matopiba
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7/1/20252 min read
Estudo da Embrapa Meio-Norte aponta que a adoção de sistemas integrados, como Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), pode dobrar a matéria orgânica no solo e elevar a produtividade de grãos no Matopiba, além de contribuir com a captura de carbono — uma estratégia crucial para o futuro sustentável da agricultura.
No Matopiba — região agrícola que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — pesquisadores da Embrapa identificaram que os sistemas integrados de produção agrícola são uma das soluções mais eficazes para aliar produtividade, conservação do solo e sustentabilidade ambiental.
Em áreas onde foram implantados modelos como a ILP e a ILPF, observou-se maior acúmulo de carbono e nitrogênio no solo, além de ganhos concretos em fertilidade e produção de grãos. Essas práticas mostram-se fundamentais não apenas para agricultores da região, mas também como exemplo de estratégias de baixo carbono para todo o Brasil.
A pesquisa da Embrapa comparou diferentes formas de uso da terra: vegetação nativa do Cerrado, pastagem e três modelos de sistemas integrados. As análises focaram na retenção de carbono e nitrogênio, além da presença de substâncias húmicas — essenciais para a fertilidade do solo.
Os resultados revelaram que os sistemas de ILP (com ou sem preparo do solo) e as pastagens bem manejadas apresentaram os maiores estoques de carbono e nitrogênio, superando inclusive as áreas de vegetação nativa.
O aumento da matéria orgânica no solo foi notável. Em áreas com ILP, por exemplo, os estoques de carbono subiram até 108%, e o conteúdo de matéria orgânica foi dobrado, segundo relatos de produtores locais. Isso reflete diretamente na produtividade: em algumas áreas, a produção de soja aumentou em até 7,8 sacas por hectare.
Além da diversificação de culturas e da maior entrada de biomassa no solo, o fator tempo foi determinante. Os sistemas integrados avaliados estavam em uso há mais de 13 anos, o que demonstra que benefícios como aumento de carbono e fertilidade exigem continuidade no manejo.
Além disso, a melhor estrutura do solo resultante desses modelos favorece a retenção de nutrientes, reduz a erosão e diminui a dependência de insumos químicos.
A capacidade do solo em reter carbono ajuda a combater o aquecimento global. Com o avanço na regulamentação do mercado de carbono, produtores que adotam essas práticas podem futuramente ser recompensados com pagamentos por serviços ambientais.
Os resultados da Embrapa confirmam: investir em sistemas integrados como ILP e ILPF é uma escolha estratégica para o produtor e para o planeta. Com ganhos em fertilidade, produtividade e sustentabilidade, essas técnicas se consolidam como ferramentas essenciais para um agro mais eficiente e resiliente.
Embora o estudo tenha sido realizado em uma área específica do Matopiba, seus aprendizados podem ser aplicados em outras regiões do Cerrado — e do Brasil. A longo prazo, esses sistemas ajudam a transformar o campo em um aliado da agenda climática global.
Fonte: Embrapa – Sistemas integrados e carbono no Matopiba
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