O avanço da ferrugem asiática em 2025: riscos e sstratégias de controle

Doença segue como principal ameaça à soja brasileira, com aumento de casos em regiões estratégicas em 2025

AGRO EM FOCO

Folhas de soja com manchas provocadas por ferrugem asiática
Folhas de soja com manchas provocadas por ferrugem asiática

A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, continua sendo uma das maiores ameaças à produção agrícola brasileira. Mesmo com avanços no manejo e uso de cultivares resistentes, 2025 marca um aumento nos focos da doença, segundo o Consórcio Antiferrugem, com destaque para os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Essa doença pode causar perdas superiores a 70% da produtividade, se não for controlada de forma eficaz e no momento certo. Neste artigo, explicamos o atual cenário da ferrugem asiática no Brasil, os fatores que contribuíram para o seu avanço nesta safra e as principais estratégias de controle adotadas pelos produtores.

O que é a ferrugem asiática da soja?

A ferrugem asiática é uma doença foliar altamente agressiva, que se espalha rapidamente nas lavouras por meio de esporos levados pelo vento. O fungo afeta as folhas, reduzindo a fotossíntese e acelerando a senescência da planta.

Ela foi identificada no Brasil pela primeira vez na safra 2001/02 e, desde então, tornou-se uma preocupação recorrente. A época de maior risco vai de novembro a março, período em que há condições ideais de temperatura e umidade para o desenvolvimento da doença.

Aumento dos casos em 2025: o que está acontecendo?

Segundo o boletim do Consórcio Antiferrugem da Embrapa, até julho de 2025 já foram registrados mais de 280 focos da doença, com alta concentração no sul de Mato Grosso, sudoeste de Goiás e norte do Paraná — um crescimento de 35% em relação ao mesmo período de 2024.

Fatores que contribuíram:

  • Início mais cedo da safra 2024/25: em algumas regiões, produtores anteciparam o plantio após o fim do vazio sanitário.

  • Condições climáticas favoráveis: chuvas acima da média e temperaturas elevadas favoreceram o ciclo do fungo.

  • Pressão de inóculo acumulada: lavouras sem controle adequado na última safra geraram alta carga de esporos viáveis.

Impactos para a produção de soja

A ferrugem exige aplicações frequentes de fungicidas, o que aumenta os custos de produção e reduz a margem do produtor. Além disso, falhas no controle podem comprometer não apenas a produtividade, mas também a qualidade dos grãos e o desempenho pós-colheita.

Segundo a Aprosoja Brasil, os gastos médios com controle da ferrugem giram entre R$ 250 e R$ 450 por hectare, dependendo da severidade e do número de aplicações.

Estratégias eficazes de controle em 2025

As principais práticas recomendadas em 2025 incluem:

  • Cultivares com resistência genética

Empresas como Embrapa, Bayer e Corteva vêm lançando variedades com genes de resistência parcial ao fungo. Embora não garantam imunidade total, ajudam a retardar o avanço da doença.

  • Vazio sanitário e calendário de semeadura

Em 23 estados, o vazio sanitário da soja continua obrigatório, proibindo o cultivo durante um período de 60 a 90 dias para interromper o ciclo da doença. Em 2025, o Mapa reforçou a fiscalização em áreas de produção irregular.

  • Monitoramento constante

O uso de aplicativos como SigaFerrugem e alertas locais emitidos por cooperativas e instituições de pesquisa ajudam o produtor a tomar decisões preventivas.

  • Rotação e manejo integrado

Rotação de culturas com milho ou algodão, aliado ao uso de fungicidas multissítios e de ação preventiva, são práticas já consolidadas. A recomendação atual da Embrapa é o uso de fungicidas com no mínimo dois ingredientes ativos, em pré-fechamento da lavoura.

Expectativa para o restante da safra 2025/26

As projeções indicam que o aumento de focos de ferrugem pode impactar o volume final da produção em algumas regiões, especialmente se houver chuvas prolongadas durante o enchimento de grãos. A Conab mantém a estimativa nacional em 149,2 milhões de toneladas de soja, mas ressalta que o controle da doença será determinante para o resultado final.

Especialistas alertam ainda que a eficácia dos fungicidas está sob pressão, com alguns casos de resistência parcial do fungo a certos princípios ativos. O uso responsável e rotacionado de defensivos é essencial para preservar a eficiência das moléculas disponíveis.

O avanço da ferrugem asiática em 2025 exige atenção redobrada dos produtores. A combinação de clima favorável e pressões de inóculo reforça a importância de práticas integradas de controle.

Monitoramento constante, uso de tecnologias, planejamento da semeadura e aplicação correta de fungicidas são estratégias fundamentais para proteger a produtividade e evitar prejuízos. Mais do que nunca, o conhecimento técnico e a prevenção são as melhores armas contra a doença.

Foto: Cenário MT

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