Novas cultivares da Embrapa resistentes à murcha de Fusarium: um marco na bananicultura brasileira
A Embrapa anunciou duas cultivares de banana resistentes à murcha de Fusarium, considerada a doença mais devastadora da bananicultura mundial. As variedades BRS Princesa e BRS Platina chegam para garantir maior produtividade, sustentabilidade e segurança alimentar.
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9/10/2025
O desafio da murcha de Fusarium na bananicultura
A bananicultura é um dos pilares da fruticultura brasileira, com o país entre os maiores produtores e consumidores de banana do mundo. No entanto, a murcha de Fusarium (Mal-do-Panamá), causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense, ameaça a continuidade da produção, pois pode inviabilizar áreas inteiras por décadas. O avanço dessa doença tem preocupado agricultores, pesquisadores e consumidores, tornando urgente o desenvolvimento de soluções resistentes.
As novas cultivares da Embrapa
A BRS Princesa e a BRS Platina, lançadas pela Embrapa, representam um marco na bananicultura brasileira por unirem resistência genética à murcha de Fusarium com qualidade de fruto voltada para o mercado consumidor.
A BRS Princesa é um híbrido do grupo Maçã, reconhecida pelo seu sabor adocicado e aroma intenso, características que agradam o público brasileiro e mantêm grande aceitação comercial. Já a BRS Platina é um híbrido do grupo Prata, um dos mais cultivados no Brasil, com características de textura e sabor que se aproximam bastante das variedades tradicionais consumidas no país.
O grande diferencial dessas cultivares é a resistência comprovada à raça 4 do Fusarium oxysporum f. sp. cubense, causador do Mal-do-Panamá. Isso significa que elas podem substituir variedades tradicionais altamente suscetíveis, como a Prata-Anã e a Maçã, garantindo a continuidade da produção mesmo em áreas já afetadas pela doença. Além disso, foram desenvolvidas por meio de melhoramento convencional, sem uso de transgenia, o que facilita sua aceitação por parte de consumidores e mercados.
Benefícios para produtores e consumidores
Para os produtores, a introdução dessas cultivares significa redução de perdas econômicas e maior estabilidade da produção. O Mal-do-Panamá pode levar ao abandono de áreas inteiras de cultivo. Com a resistência genética das novas variedades, os agricultores podem manter suas lavouras ativas, sem necessidade de recorrer ao desmatamento para abertura de novas áreas.
Outro benefício importante é a redução do uso de insumos químicos e de manejos intensivos, já que a resistência natural das plantas diminui os custos de produção e aumenta a sustentabilidade. Esse fator é especialmente relevante para pequenos e médios produtores, que possuem menos recursos financeiros para lidar com pragas e doenças.
Do lado dos consumidores, o impacto é igualmente positivo. As novas cultivares asseguram a oferta contínua de bananas no mercado, com menor risco de desabastecimento ou aumento de preços. Além disso, as variedades mantêm a qualidade sensorial esperada, com sabor, aroma e textura muito semelhantes às variedades tradicionais.
Inovação a serviço do agro
O lançamento das cultivares BRS Princesa e BRS Platina reforça o papel estratégico da ciência e da inovação no fortalecimento do agronegócio brasileiro. Desenvolvidas pela Embrapa, essas variedades oferecem uma resposta concreta a um dos maiores desafios da bananicultura mundial.
Mais do que variedades resistentes, elas representam um avanço tecnológico que garante segurança alimentar, sustentabilidade e competitividade internacional. Ao adotar essas cultivares, o Brasil não apenas protege sua produção, mas também se posiciona na vanguarda da pesquisa agrícola, mostrando que é possível unir produtividade e preservação.
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