Manejo do solo agora faz parte do Zoneamento de Risco Climático da soja (ZarcNM)
ZarcNM incorpora o manejo do solo ao zoneamento climático da soja, com projeto-piloto no Paraná oferecendo até 35% de subvenção em seguro rural para áreas bem manejadas
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8/12/20252 min read
A gestão do solo dá um salto de importância no planejamento da soja: a partir da safra 2025/26, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC – Soja) incorporará critérios de manejo no novo Zarc Níveis de Manejo (ZarcNM), em projeto-piloto liderado por Embrapa e Ministério da Agricultura. O foco é reconhecer práticas conservacionistas do solo que aumentam a água disponível para as plantas e reduzir o risco climático para os agricultores.
O sistema prevê quatro Níveis de Manejo (NM1 a NM4), avaliados por seis indicadores que envolvem práticas como cobertura do solo (palhada), tempo sem revolvimento, rotação de culturas, e atributos químicos/biológicos do solo. À medida que o nível de manejo aumenta (de 1 a 4), o produtor passa a receber subvenção diferenciada no seguro rural: de 20% até 35%.
Regulamentado por Instrução Normativa publicada em julho, o projeto terá aplicação no Paraná a partir de agosto, com R$ 8 milhões destinados ao piloto. Um sistema digital, o SINM, calculará o nível de manejo de cada área com apoio de dados de cooperativas, laboratórios, sensoriamento remoto e histórico produtivo.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, o ZarcNM representa uma evolução significativa no zoneamento climático: “Essa atualização é crucial em períodos de escassez hídrica, que atualmente representa a principal causa de perdas na produção de grãos de soja no Brasil”.Embrapa+1 Já Diego Melo de Almeida, do Mapa, salienta: “Esse é um caminho que persegue há pelo menos dois anos. A safra de verão será o pontapé inicial, mas esperamos melhorar metodologias e ampliar o alcance nos próximos anos”.
A inclusão do manejo de solo no Zoneamento de Risco Climático da soja representa uma mudança estratégica na forma como se avalia e orienta o plantio no Brasil. Até então, o ZRC considerava majoritariamente fatores climáticos e geográficos, como índices de chuva, temperaturas e características da região, mas não incorporava de forma tão direta aspectos ligados à qualidade e conservação do solo.
Com essa atualização, o zoneamento passa a refletir a realidade produtiva de forma mais precisa, integrando informações sobre práticas agrícolas, como rotação de culturas, plantio direto, controle de compactação e adubação equilibrada. Isso significa que a orientação para o plantio deixará de ser baseada apenas no "onde" e "quando", passando a considerar também o "como" o solo é manejado.
Essa mudança tem potencial para aumentar a produtividade de forma sustentável, reduzir perdas por problemas de erosão ou baixa fertilidade e ainda incentivar agricultores a adotarem práticas de manejo mais eficientes. Além disso, fortalece a integração entre ciência do solo e climatologia agrícola, tornando o ZRC uma ferramenta mais completa para o planejamento da safra.
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