Hydratus: bioinsumo com bactéria da Caatinga que protege plantas da seca e aumenta produtividade

A Embrapa, em parceria com a empresa Bioma, desenvolveu o Hydratus, um novo bioinsumo que promete transformar a forma como as lavouras enfrentam a seca. Criado a partir da bactéria Bacillus subtilis isolada em solos áridos do Ceará, o produto está registrado no Ministério da Agricultura para uso em soja e vem sendo testado em outras culturas.

O diferencial do Hydratus está na sua formulação avançada, que combina uma alta concentração bacteriana com agentes protetores, garantindo maior sobrevivência no solo e durabilidade na prateleira. Testes em áreas comerciais mostraram resultados impressionantes: aumento de até 7,7 sacas por hectare de milho e 4,8 sacas por hectare de soja em comparação com cultivos não tratados.

Além de impulsionar a produtividade, o Hydratus confere tolerância ao estresse hídrico ao estimular raízes mais profundas e promover melhor nutrição das plantas. Em ambientes irrigados, o inoculante também demonstrou benefícios, indicando sua versatilidade para diferentes condições de cultivo.

O lançamento oficial do Hydratus está previsto para o Congresso da Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), que ocorre em agosto em São Paulo, consolidando o produto como um exemplo de bioinovação brasileira com potencial destaque na COP 30.

Desenvolvido ao longo de anos pelo projeto “Seleção e caracterização de microrganismos para mitigação dos efeitos da seca e promoção do crescimento de plantas”, o Hydratus é fruto da colaboração entre pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo — como a coordenadora Eliane Aparecida Gomes — e a equipe da Bioma sob direção de Artur Soares, com apoio técnico da Embrapa Agricultura Digital.

Por que isso é inovador

Este bioinsumo representa uma mudança de paradigma: ao invés de depender exclusivamente de irrigação ou insumos químicos, o produtor pode usar um recurso natural nativo da Caatinga para proteger suas lavouras da seca. O Hydratus não só melhora a produtividade, mas também disponibiliza uma abordagem sustentável, acessível e adaptada ao Brasil semiárido.

A tecnologia está alinhada à necessidade de reduzir a dependência de insumos importados, promovendo o uso da biodiversidade brasileira como fonte de soluções. Ao estimular raízes mais profundas, o produto contribui com maior resiliência ao clima e com eficiência hídrica — aspectos cada vez mais valorizados por mercados exigentes e práticas ESG.

Hydratus: bioinsumo brasileiro que protege lavouras da seca e aumenta a produtividade de soja e milho