Fertilizantes biológicos ganham espaço no campo: entenda por que o Brasil está apostando nessa Revolução Verde
O uso de fertilizantes biológicos cresce em ritmo acelerado no Brasil, impulsionado pela busca por sustentabilidade, economia e produtividade. Descubra o que são, como funcionam e por que estão transformando a agricultura brasileira
AGRO EM FOCO
8/4/20253 min read


O campo brasileiro está passando por uma verdadeira transformação silenciosa, mas poderosa. Em meio à busca por práticas agrícolas mais sustentáveis, os fertilizantes biológicos vêm conquistando espaço entre produtores de todos os portes. Menos agressivos ao meio ambiente e mais eficientes em determinadas situações do solo, esses insumos já movimentam bilhões de reais no Brasil — e a tendência é de crescimento acelerado.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o mercado de bioinsumos no Brasil cresce, em média, 30% ao ano, enquanto o setor de fertilizantes químicos avança em ritmo mais lento. Mas afinal, o que está por trás dessa mudança? E por que cada vez mais produtores estão apostando nessa tecnologia?
O Que São Fertilizantes Biológicos e Como Funcionam
Os fertilizantes biológicos, também chamados de biofertilizantes, são insumos produzidos com base em microrganismos vivos (como bactérias e fungos) ou substâncias naturais que melhoram a fertilidade do solo e estimulam o crescimento das plantas.
Em vez de fornecer nutrientes de forma direta, como o nitrogênio e o fósforo presentes nos fertilizantes químicos, os biofertilizantes ativam processos naturais no solo, promovendo:
Fixação biológica de nitrogênio;
Solubilização de fósforo e potássio;
Estímulo ao desenvolvimento radicular;
Fortalecimento da resistência das plantas a pragas e doenças.
Um exemplo bastante utilizado é o Azospirillum brasilense, que fixa nitrogênio atmosférico nas raízes de gramíneas como milho e trigo, reduzindo a necessidade de adubação nitrogenada.
Por Que Estão Crescendo Tanto no Brasil?
O Brasil é o país com maior área de agricultura tropical no mundo, o que favorece o uso de insumos biológicos em climas quentes e solos com baixa fertilidade natural.
Além disso, diversos fatores têm impulsionado essa expansão:
Custo-benefício: fertilizantes biológicos podem reduzir em até 30% o uso de químicos, gerando economia direta ao produtor (Fonte: Embrapa).
Sustentabilidade: menor risco de contaminação do solo e dos recursos hídricos.
Pressão internacional: mercados como a Europa exigem produtos com menor pegada ambiental.
Incentivo governamental: o Plano Nacional de Bioinsumos, lançado em 2020 pelo Mapa, busca ampliar a produção e uso de insumos biológicos em larga escala.
Segundo a CropLife Brasil, mais de 25 milhões de hectares já são tratados com bioinsumos no país, com destaque para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e café.
Desafios Ainda Presentes
Apesar dos avanços, o setor de fertilizantes biológicos enfrenta alguns obstáculos:
Falta de conhecimento técnico por parte de alguns produtores;
Dificuldade de armazenamento e transporte em regiões mais remotas;
Necessidade de regulamentação mais clara, especialmente no caso de novos bioinsumos;
Adoção parcial: muitos agricultores ainda utilizam os biofertilizantes como complemento aos fertilizantes convencionais, e não como alternativa principal.
Ainda assim, empresas brasileiras de biotecnologia estão investindo pesado no desenvolvimento de novos produtos, e o número de registros no Mapa cresceu 75% entre 2019 e 2023.
Tendência Irreversível: O Futuro dos Biofertilizantes no Brasil
Com o avanço das pesquisas, incentivos públicos e exigências do mercado consumidor, os fertilizantes biológicos estão deixando de ser uma opção alternativa para se tornarem parte essencial de uma agricultura mais moderna, econômica e sustentável.
Especialistas da Embrapa e da Universidade Federal de Viçosa apontam que, até 2030, o Brasil poderá se tornar líder global no uso e exportação de bioinsumos, impulsionado pela alta demanda por alimentos com menor impacto ambiental.
O uso de fertilizantes biológicos não é apenas uma moda passageira. Trata-se de uma mudança estrutural no modelo produtivo agrícola, com impactos positivos na economia, no meio ambiente e na segurança alimentar.
Seja você um pequeno agricultor ou um grande exportador, estar atento a essa tendência pode ser a chave para manter a produtividade e competitividade no campo nos próximos anos.
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