Estudo da Embrapa mapeia oportunidades para exportação de tilápia brasileira
Um estudo da Embrapa Pesca e Aquicultura mapeou o mercado internacional de tilápia, principal peixe produzido e exportado pelo Brasil. O levantamento revela cenários distintos entre Europa e Estados Unidos, destacando oportunidades estratégicas para ampliar as exportações brasileiras
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A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) realizou um estudo que analisou o mercado de tilápia na Europa e nos Estados Unidos, destacando oportunidades e desafios para os produtores brasileiros. A tilápia é o principal peixe produzido e exportado pelo País e tem impulsionado o crescimento da aquicultura nacional.
Cenários distintos nos dois mercados
Na Europa, o consumo de tilápia ainda é baixo — em média 39 gramas por habitante ao ano. A Bélgica é o destaque, com 147 gramas por pessoa, mas os números ainda estão bem abaixo dos 460 gramas anuais por habitante observados nos Estados Unidos.
Entre os europeus, o consumo é concentrado em nichos étnicos, enquanto nos Estados Unidos a tilápia já é um dos peixes mais consumidos do país, especialmente entre as espécies de carne branca.
Impactos recentes nas exportações
O tarifaço imposto pelo governo norte-americano afetou as exportações brasileiras, mas de forma menos intensa que o esperado. Em agosto de 2025, primeiro mês de vigência da medida, houve uma queda de 32% nas exportações em toneladas, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Oportunidades identificadas
De acordo com o pesquisador Manoel Pedroza, o Brasil pode ampliar suas exportações de tilápia congelada para os Estados Unidos, segmento que apresenta maior volume de demanda.
No mercado europeu, há espaço para o filé fresco de tilápia brasileira, reconhecido pela qualidade. O transporte aéreo e a boa reputação do produto são fatores que favorecem essa expansão.
Além disso, o estudo aponta que os exportadores brasileiros podem destacar a qualidade do produto nacional e buscar abrir novos mercados além dos nichos étnicos, competindo com espécies como panga, polaca do Alasca e perca do Nilo. A elevação dos custos de produção na China também pode aumentar a competitividade da tilápia brasileira.
Desafios para o setor
Na Europa, os principais desafios são ampliar o reconhecimento da tilápia, participar de ações de marketing e feiras especializadas, e adequar preços para competir com outras espécies de carne branca.
Nos Estados Unidos, o setor enfrenta o aumento das tarifas de exportação, a logística exigente para produtos frescos e a necessidade de certificações internacionais que garantam rastreabilidade e qualidade.
Crescimento da produção mundial
Entre 2013 e 2023, a produção global de tilápia cresceu 43%, passando de 4,75 milhões para 6,78 milhões de toneladas, segundo a FAO.
A China lidera o ranking, seguida por Indonésia e Egito. O Brasil ocupa a quarta posição, com 440 mil toneladas, o equivalente a 7% da produção mundial, e aumento de 161% em dez anos.
Comércio internacional
Na Europa, as importações de tilápia têm se mantido estáveis em cerca de 35 mil toneladas por ano, o que representa 11% do volume da polaca do Alasca e 47% do panga.
Já nos Estados Unidos, a tilápia foi a segunda espécie mais importada em 2024, com 185,5 mil toneladas (13% do total), ficando atrás apenas do salmão. O Brasil foi o quarto maior exportador de tilápia para os EUA no mesmo ano.
Projeto e parcerias
A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto “Fortalecimento das exportações brasileiras da aquicultura”, coordenado pela Embrapa e financiado por emendas parlamentares com apoio da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
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